O cineasta canadense James Cameron, diretor do sucesso de bilheteria Avatar, pediu esta segunda-feira, ao presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que assuma o papel de herói
e suspenda o processo de construção da hidrelétrica de Belo Monte, em
plena Amazônia brasileira. "Sei que o presidente Lula já fez muito por
este país, em especial pelos pobres. O desafiaria a ser um herói, que
lidere o mundo para um novo paradigma de desenvolvimento sustentável. A
construção (da hidrelétrica de Belo Monte) não é uma resposta
adequada", disse Cameron em entrevista coletiva.
Diretor de sucessos como Titanic, O Exterminador do Futuro e, mais recentemente, Avatar,
Cameron participou esta segunda de uma manifestação no centro da cidade
de Brasília, organizada por entidades indígenas e camponesas que
reivindicam o cancelamento do projeto de construção da enorme represa.
O cineasta esteve acompanhado, no protesto, de vários atores e atrizes,
como a americana Sigourney Weaver (Alien e Avatar).
Cameron passou as últimas semanas viajando por várias regiões da
Amazônia brasileira, participando de reuniões com líderes camponeses e
indígenas, dos quais escutou que a construção da represa teria enormes
impactos ambientais e sociais. Ele disse estar convencido de que a
hidrelétrica de Belo Monte representará um "desastre ecológico" e
acrescentou que uma das maiores riquezas do Brasil é justamente "a
sabedoria dos povos indígenas na região amazônica".
O cineasta afirmou que, ao retornar aos Estados Unidos, onde vive,
fará contato com "senadores e congressistas, porque esta é uma
discussão que interessa não somente ao Brasil, mas ao mundo inteiro".
Weaver disse, por sua vez, que as discussões geradas em virtude do
projeto "oferecem ao presidente Lula a oportunidade de admitir que o
projeto foi realizado de forma equivocada". O gigantesco projeto da
hidrelétrica de Belo Monte exigirá escavar uma área maior que o canal
do Panamá em plena Amazônia, cujo maior rio, o Xingu, terá seu curso
desviado em um trecho de mais de 100 km.
Da AFP Paris, via Diário de Pernambuco
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