1956: a convite do então presidente Juscelino Kubitscheck, um arquiteto comparece a um encontro para organizar o concurso para a escolha do plano-piloto da nova capital do Brasil. O vencedor do concurso, Lucio Costa, idealiza o projeto urbanístico da cidade e o arquiteto organizador do evento fica encarregado de produzir o conceito das construções locais. Assim Oscar Niemeyer colabora para a construção de Brasília e dá início a um legado incrível que repercute mundialmente.
Igreja da Pampulha |
Suas formas livres e suas curvas inéditas ganharam aclamação internacional na exposição “Brazil Builds”, no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, com destaque para a fachada do Cassino da Pampulha (que tem leves formas curvas na entrada), a Casa do Baile (um pequeno restaurante circular que fica numa ilha artificial) e a Igreja de São Francisco de Assis (imagem ao lado), que é considerada a obra-prima do complexo. A partir dessas obras exuberantes que Niemeyer conquistou a admiração de diversas partes do Brasil e do mundo, sendo precursor do estilo brasileiro (brazilian style) e tendo várias obras notáveis produzidas pelo seu escritório.
Alguns de seus muitos trabalhos espalhados em território nacional são os edifícios Copan, Montreal e Triângulo (São Paulo), a Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa (Belo Horizonte) e o Sambódromo da Marquês de Sapucaí (Rio de Janeiro). Em solo pernambucano, a única obra ainda em pé do arquiteto é o Parque Dona Lindu, concluído em 2010 no Recife. Já havia sido construída uma casa na Avenida Boa Viagem, mas a mesma foi demolida para dar lugar a outra construção. Em Olinda, a antena da extinta TV Manchete, projetada há mais de 30 anos, resiste às ações do tempo. Um projeto pernambucano que não saiu do papel foi o Estádio Presidente Médici, pensado para substituir a Ilha do Retiro (atual estádio do Sport Clube Recife). Após críticas, problemas com financiamento e falta de investimentos após a escolha de outro estádio, o projeto (primeiro de Niemeyer em Pernambuco) acabou sendo engavetado.
Estádio Presidente Médici |
Sempre lúcido e agitado, o arquiteto nunca parou de criar projetos com sua criatividade ímpar. Mesmo em 2009, ano em que passou por diversos exames e cirurgias, sempre buscou ser otimista e lutou para conseguir se recuperar. Segundo o médico Fernando Gjorup, “ele nunca falou sobre morte. Só falava em viver”. Apesar da baixa estatura e do estado debilitado, Niemeyer sempre parecia monumental e firme quando se punha de pé diante da prancheta. No hospital ele repetia sempre: “Preciso voltar para casa para tomar vinho e cuidar dos projetos atrasados”. Essa vontade de viver lhe rendeu a longevidade que lhe é tão atribuída quanto sua criatividade. Seu centenário, em 2007, ocorreu de forma normal e tranquila, e no mesmo ano começaram a ser construídas diversas obras em sua homenagem. O homem que recebeu a condecoração máxima da arquitetura (Prêmio Pritzker de Arquitetura, Estados Unidos) ficou internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, no dia 2 de Novembro de 2012, onde permaneceu até seu falecimento causado por uma infecção respiratória, em 5 de Dezembro, poucos dias antes de completar 105 anos. O prefeito da cidade do Rio decretou luto oficial por três dias, divulgando em nota:
“Ele construiu marcos e deixou a sua marca na paisagem e na história do nosso país. Carioca, ele tinha com o Rio de Janeiro uma relação especial. O Brasil e o mundo perderam hoje um homem que dedicou toda a sua vida a produzir beleza. Mas o que ele criou ficará entre nós como a lembrança de um grande carioca que fez a diferença”.Oscar Niemeyer faleceu deixando viúva a sua secretária, Vera Lúcia Cabreira, com quem se casou em 2006. Sua finada filha do primeiro casamento, Anna Maria Niemeyer, lhe deu cinco netos, treze bisnetos e quatro trinetos. A morte do arquiteto foi motivo de comoção e homenagens a nível mundial.
Fontes: Jornal Diario de Pernambuco, Wikipédia e portal Niemeyer
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